Dia 42 a Dia 45 - Pulau Langkawi - Malasia

Cheguei a ilha de Langkawi por volta das 08h00. Depois de uma congelante viagem de autocarro de 10 horas a minha cabeca estava quase a explodir com o stress.

Panoramica pelai Cenang - Langkawi

O problema aqui na Asia com o transporte e complicado. Ha dois tipos de autocarros: os velhos sucatas que nem A/C tem e os novos que sao mais confortaveis mas pecam pelo uso do conforto. Quando se trata de por o A/C estes gajos passam-se da cabeca e o que seria algo normalmente agradavel, acaba por ser uma tortura, pois faz tanto frio que nao se consegue dormir. A primeira vez que viajei num autocarro aqui na Asia foi na Tailandia e jurei que nunca mais entrava numa viagem longa so com a T-Shirt vestida. A partir dai uso sempre a "manta quentinha" que pedi emprestada a companhia aerea Emirates na viagem para ca. Mas desta vez nem assim, tive de colocar os bracos dentro da T-Shirt e a manta tapando os ombros e a cabeca para conseguir ter algo de conforto, mas mesmo assim nao pude fazer nada contra o frio.

A primeira impressao que tive da ilha nao foi a loucura "espantabulosa" com que me deparei nas Perhentian, mas se o ceu existe e for como isto, tambem nao me importo, desde que a cerveja tambem seja assim de barata, pois uma das maravilhas desta ilha esta tambem em que e duty free. Desde o inicio percebi que aqui ia tirar uns dias de relax e convivio e deixar a natureza, o mergulho e o snorkeling para a proxima semana quando visitar as ilhas do sul da Tailandia. Adoro uma musica do Vinicius de Moraes que se chama "Tarde em Itapoa". Muitas vezes imaginei essa praia na minha cabeca e quando cheguei aqui o primeiro pensamento que tive foi "Estou dentro da cancao do Vinicius! Baaahhhhhhh!!!!"

...O diz-que diz-que macio, que brota dos coqueirais...

A ilha nao tem outro sistema de transporte que nao sejam taxis, assim que me fiz amigo de um casal de Alemaes e dividi a corrida com eles. A zona de concentracao de turistas pe de chinelos como eu situa-se na Pulai Cenang e foi para la que me dirigi. Despedi-me do simpatico casal com a promessa de nos encontrar-mos para malhar umas cervejolas a noite num bar e fui procurar guest house. Visitei 3 sitios que tinham dorm e todos estavam cheios, assim que entrei num cybercafe para acceder a net e matar o tempo, enquanto nao chegasse o meio dia (que e a hora dos checkouts) e ver se conseguia cama. Sorte a minha mesmo no hostel que aconselham na Lonely Planet (Gecko GH) havia uma cama livre, assim que instalei as coisas e fui para a praia com malta que tinha acabado de conhecer no quarto. A areia e braca branca e a agua quentinha quentinha. Toda a imensidao de areal esta limitada entre os resorts e o mar por uma imensidao de coqueirais, muitos dos quais tem sinais que dizem "Beware coconut" para que um coco na pinha nao arruine a sesta perfeita aos turistas mais azarados.

Fim da tarde em Lagkawi

Tenho tambem uma nova companheira de viagem, uma guitarra classica que comprei em Kuah, a vilazeca que parece ser a capital aqui da ilha. A guitarra nao e nada de especial mas ja faz bem o servico de chamar mais malta para junto a mim e passar um bom momento a curtir umas musicas na praia ou onde quer que seja. Se ha coisa que sempre adorei foi estas noites eternas nos areais a conviver com o pessoal. Ontem juntamos um grupo valente de gente e foi uma noite interessante, que terminou na noite mais surreal da viagem por circusntancias estranhas e devido a gente estranha, a qual tentarei contar num outro post pois a historia e larga mas muito interessante, tipo saga "Scream", mas com um final feliz (felizmente).

E assim foram os meus dias por aqui, passados na praia em longas tertulias com pessoal ou sozinho a ouvir musica e apreciar a calma e tomar uns valentes banhos de mar e de sol a ver a gente a passar e a ouvir o diz-que diz-que macio dos coqueirais, que tantas vezes imaginei e nunca percebi bam o que significava. Agora sim!
Como sempre em cada cidade que visito (e ja esta a ser um costume quase a tocar a mania psicotica) encontrei a minha cantina (como dizia o excentrico amigo do Pes). "Tomato restaurant", o melhor que vi ate agora na Malasia e sem duvida um dos melhores (senao o melhor... para mim e dificil escolher a superioridade de um restaurante). Primeiro esta cheio de locals, segundo esta aberto 24h por isso posso tomar o pequeno almoco, o almoco e o jantar, terceiro porque tem uma grande variedade de comida indiana, chinesa, Malai, ocidental, quarto porque os pratos sao realmente de qualidade e bem aviados, quinto porque tem o mais interessante Roti Canai que comi ate agora (e ja sou completamente vidrado nesta comida) e por ultimo porque e super barato. Quando digo isto e porque e mesmo. Normalmente aqui encho o bandulho a grande. Peco primeiro prato, segundo prato, bebida e cha e nunca pago mais de 9RM (2 eur). Nas Perhentian as vezes com um arroz frito, sem consumir nada mais, nem sequer uma '"aguinha", pagava 8RM que e mais ou menos same, same... but different...

Preparando Roti Canai no "Tomato"

As noites aqui so tem um nome: Babylon. Um bar de reagee com musica ao vivo, onde eu levo as minhas cervejas clandestinamente desde o supermercado e as tomo no recinto numa luta de olhares com os empregados que as vezes nao entendem como e que a minha cerveja pode durar uma hora e meia em cima da mesa. Esta claro que nao lhes mostro as latas vazias que estao no saco plastico debaixo da minha guitarra...

Babylon

Amanha parto para outro destino paradisiaco, desta vez na Tailandia, nesta minha digressao de um mes pelas praias tropicais do sudeste Asia.