A viagem de comboio que fiz durante a noite, desde Varanasi ate Satna foi bem tranquila e completamente diferente da estreia nos combois indianos, pois dormi durante a noite toda, sem ninguem me incomodar, observando desde a minha cama a confusao que havia la em baixo (nos corredores e bancos do comboio), tal qual macaco desde o alto da sua bananeira, a admirar as macacadas do resto da banda, pois viajei com upper bed, na mesma em classe sleeper. As comlicacoes desde dia comecaram quando cheguei a estacao de BUS de Satna para apanhar o autocarro para Khajuraho. As estacoes de comboios na India nao sao nada agradaveis em termos de higiene, mas comparadas com as estacoes de bus, entao parecem um jardim de flores. Juro que nunca vi nenhum sitio publico mais nojento que este. Literalmente excrementos, lixo e coisas nojentas por todo o lado. Nao sei se alguma vez nos ultimos anos alguem se dignou a limpar esta porcaria toda. Alem disso as vacas nas cidades, como nao tem ervas nem vegetacao para se alimentar comem tudo o que veem. Se um cao vira lata de cidade ja come tudo o que aparece, entao imaginem uma vaca que em condicoes normais necessita cerca de 8 kg de comida por dia. Esta claro que a falta de vegetacao, as vacas vira lata de cidades indianas, comem tudo o que veem pela frente, tal sera o seu apetite, desde restos de comida, sacos de plastico, lencos de papel e outras coisas nojentas. Consequencia, a vaca vira lata, fica com problemas de barriga e os excrementos, em vez de serem tipo palhosos, sao mais do tipo diarreico, como os porcos, mas em quantidades maiores. Assim, cheio de "presentes" de vaca vira lata, estava o chao da estacao de bus de Satna.
La consegui um bilhete de autocarro para Bamitha que esta apenas a 11 km de Khajuraho A viagem de autocarro foi bem pior do que alguma vez pudesse ser o comboio. Numa viagem de 4 horas, nao havia um lugar disponivel no autocarro e muita gente ia de pe pois nao tinha lugar para se sentar. Eu tive sorte e arranjei lugar a janela, o que para alem de refrescar, ajuda a respirar mais puro, pois o cheiro dentro do BUS nao e nada agradavel. O problema foi o grande desconforto durante todo o trajecto, ja que os assentos sao minusculos e as minhas pernas simplesmente nao cabiam, o que com alguma ginastica e paciencia, consegui aguentar durante a viagem. Ao meu lado iam duas pessoas mais, e por isso eramos 3 a ocupar o lugar de dois. Sorte que uma delas era uma crianca com 10 ou 11 anos, o que facilitou um pouco. Engracada a forma como esta gente nao se importa com o contacto fisico. Depois de adormecer e acordar a meio a viagem, reparei que a crianca estava a dormir completamente sobre o meu corpo, como se eu fosse algum conhecido de toda a vida...
Cheguei a Khajuraho bem mais cedo do que estava a espera, por volta das 12h00, e como estava muito calor, nao regateei muito os precos dos quartos, aceitei uma guest house que me ofereceu 150 rupies (2,3 eur), por um quarto com ventilacao e casa de banho.
Lavei a minha roupa (a unha como o Ze da Cunha) pois e importante nao acumular roupa suja e aproveitar as horas de calor para se secar. Normalmente lavo a roupa no balde que sempre ha nas casas de banho apra atirar agua para a sanita. Nao e nojento como parece a primeira vista pois os baldes sao bem limpos (e eu sempre confirmo a sua limpeza antes de por roupa la dentro). Aqui vendem pacotes de detergente muito baratos em todas as lojas e dao como para 5 ou 6 lavagens. O segredo esta em colocar agua bem quente, detergente e esperar como uma hora para que o merdum se despegue com a accao do detergente. Depois e esfregar um pouco e enxaguar. Claro que nao estou a dizer nada de especial pois (quase) toda a gente sabe lavar a roupa, mas e importante saber que tudo neste pais esta tao sujo que a sujidade nao sai assim tao facilmente, apenas o cheiro a usado. Por isso se vierem a India preparem-se para andar com a roupa cheia de nodoas, mas a cheirar a limpo.
Depois de uma sesta sai a caminhar. Andei sem direccao e um gajo (com os seus 21 anos) veio falar comigo. Conversa puxa conversa e mais dois dedos de conversa, ofereceu-se para me levar na sua mota a ver os templos, ja que eu andava a pe, mas sem querer nada em troca. Eu que tambem ja levo uns anos a conviver com com gente que nem sempre e totalmente transparente, sei que ninguem da nada a ninguem, especialmente neste mundo de luta pela sobrevivencia, principalmente a um extrangeiro (que e rico, para os parametros de um pais que e pobre) aceitei, mas, sabendo em todo o momento que chegaria a altura de pagar o favor. O rapaz, que a partir de agora se chamara Kooldip, la me levou a um par de templos e pude tirar boas fotografias e ver o por do sol. Neste momento estava a cerca de 2 km da minha guest house em plena old village. Mais conversa puxa conversa, e la aceitei o convite para tomar um cha na sua casa e conhecer a sua familia. Toda a gente foi muito simpatica comigo e como sempre os estrangeiros sao alvo de curiosidade. Tirei fotos com toda a gente e vi as mulheres a prepararem o jantar. Entretanto convidaram-me para comer com eles, o que aceitei sem hesitar, pois ja ha algum tempo que queria entrar numa casa dos locals e conviver com uma familia indiana. Enquanto as mulheres preparavam o jantar fui com o Kooldip e o seu irmao mais velho ate junto ao rio para conversar e comer umas samusas.
Estava uma noite linda com uma lua que iluminava todas as redondezas. Falaram-me de yoga, de hinduismo e de karma. Ficou logo ali combinado que no dia seguinte ia com eles ter uma aula de yoga com o seu guru, um homem de 103 anos. Fiquei mais contente com as novidades, do que ja estava com o facto de ir jantar com a familia indiana.
La voltamos para a casa do Kooldip. Uma familia humilde, onde 6 pessoas viviam debaixo do mesmo tecto com 3 bufalos. Toda a decoracao da casa era muito simples mas achei que era um sitio acolhedor e gostei da onda desta gente. Comemos Mix Barta com chapatti e bebi agua que me deitaram no copo.
Normalmente nao bebo agua que nao seja engarrafada, mas como nao havia mais nada e vi que toda a gente bebia, tambem me aventurei. Felizmente ate agora ainda nao tive problemas de estomago aqui na India. Para alem de tomar Lassi regularmente, descobri que e importante ficasr pela comida vegetariana e nao tocar em carne nem peixe durante a estadia, ai e onde comecam os problemas. O jantar foi excelente e o kooldip explicou-me que estava casado ha cerca de um mes com uma rapariga de 19 anos e que o seu pai, um homem santo desde que a sua mae tinha morrido, lhe tinha arranjado o casorio. Esta claro que so conheceu a noiva no dia do casamento e que antes so a tinha visto por fotografia.
Acho interessante a forma como esta gente arranja casamentos, mas nao entendo como nos dias que correm estas tradicoes ainda se conseguem manter sem que a juventude reinvidique a sua liberdade de escolha e de expressao. Neste momento estou a ler um livro que se chama "The White Tiger" (o que recomendo completamente, como leitura durante uma viagem por este sub-continente) e muitas das coisas que vejo aqui na India, agora fazem mais sentido. O que aprendi sobre os casamentos indianos e que na sua mais profunda essencia, se baseiam apenas em interesses economicos para as familias e como forma de garantir a subsistencia dos mais velhos e os seus interesses como familia, pois envolve muito dinheiro de oferta, de muita gente, mas tambem garante prosperidade.
Depois de jantar pedi que me levasse a casa pois estava muito cansado e no dia seguinte tinha de me levantar cedo para a aula de yoga.
Na manha seguinte, as 06h30 la estava eu no sitio combinado, a espera do Kooldip para ir fazer yoga com o guru de 103 anos. Esperei ate as 07h00 mas ninguem apareceu, por isso aluguei uma bicicleta e decidi ir ver os templos de Khajuraho pela manha, pois o calor a partir das 11h00 e insuportavel.
Cheguei a Khajuraho bem mais cedo do que estava a espera, por volta das 12h00, e como estava muito calor, nao regateei muito os precos dos quartos, aceitei uma guest house que me ofereceu 150 rupies (2,3 eur), por um quarto com ventilacao e casa de banho.
Lavei a minha roupa (a unha como o Ze da Cunha) pois e importante nao acumular roupa suja e aproveitar as horas de calor para se secar. Normalmente lavo a roupa no balde que sempre ha nas casas de banho apra atirar agua para a sanita. Nao e nojento como parece a primeira vista pois os baldes sao bem limpos (e eu sempre confirmo a sua limpeza antes de por roupa la dentro). Aqui vendem pacotes de detergente muito baratos em todas as lojas e dao como para 5 ou 6 lavagens. O segredo esta em colocar agua bem quente, detergente e esperar como uma hora para que o merdum se despegue com a accao do detergente. Depois e esfregar um pouco e enxaguar. Claro que nao estou a dizer nada de especial pois (quase) toda a gente sabe lavar a roupa, mas e importante saber que tudo neste pais esta tao sujo que a sujidade nao sai assim tao facilmente, apenas o cheiro a usado. Por isso se vierem a India preparem-se para andar com a roupa cheia de nodoas, mas a cheirar a limpo.
Depois de uma sesta sai a caminhar. Andei sem direccao e um gajo (com os seus 21 anos) veio falar comigo. Conversa puxa conversa e mais dois dedos de conversa, ofereceu-se para me levar na sua mota a ver os templos, ja que eu andava a pe, mas sem querer nada em troca. Eu que tambem ja levo uns anos a conviver com com gente que nem sempre e totalmente transparente, sei que ninguem da nada a ninguem, especialmente neste mundo de luta pela sobrevivencia, principalmente a um extrangeiro (que e rico, para os parametros de um pais que e pobre) aceitei, mas, sabendo em todo o momento que chegaria a altura de pagar o favor. O rapaz, que a partir de agora se chamara Kooldip, la me levou a um par de templos e pude tirar boas fotografias e ver o por do sol. Neste momento estava a cerca de 2 km da minha guest house em plena old village. Mais conversa puxa conversa, e la aceitei o convite para tomar um cha na sua casa e conhecer a sua familia. Toda a gente foi muito simpatica comigo e como sempre os estrangeiros sao alvo de curiosidade. Tirei fotos com toda a gente e vi as mulheres a prepararem o jantar. Entretanto convidaram-me para comer com eles, o que aceitei sem hesitar, pois ja ha algum tempo que queria entrar numa casa dos locals e conviver com uma familia indiana. Enquanto as mulheres preparavam o jantar fui com o Kooldip e o seu irmao mais velho ate junto ao rio para conversar e comer umas samusas.
Estava uma noite linda com uma lua que iluminava todas as redondezas. Falaram-me de yoga, de hinduismo e de karma. Ficou logo ali combinado que no dia seguinte ia com eles ter uma aula de yoga com o seu guru, um homem de 103 anos. Fiquei mais contente com as novidades, do que ja estava com o facto de ir jantar com a familia indiana.
La voltamos para a casa do Kooldip. Uma familia humilde, onde 6 pessoas viviam debaixo do mesmo tecto com 3 bufalos. Toda a decoracao da casa era muito simples mas achei que era um sitio acolhedor e gostei da onda desta gente. Comemos Mix Barta com chapatti e bebi agua que me deitaram no copo.
Normalmente nao bebo agua que nao seja engarrafada, mas como nao havia mais nada e vi que toda a gente bebia, tambem me aventurei. Felizmente ate agora ainda nao tive problemas de estomago aqui na India. Para alem de tomar Lassi regularmente, descobri que e importante ficasr pela comida vegetariana e nao tocar em carne nem peixe durante a estadia, ai e onde comecam os problemas. O jantar foi excelente e o kooldip explicou-me que estava casado ha cerca de um mes com uma rapariga de 19 anos e que o seu pai, um homem santo desde que a sua mae tinha morrido, lhe tinha arranjado o casorio. Esta claro que so conheceu a noiva no dia do casamento e que antes so a tinha visto por fotografia.
Acho interessante a forma como esta gente arranja casamentos, mas nao entendo como nos dias que correm estas tradicoes ainda se conseguem manter sem que a juventude reinvidique a sua liberdade de escolha e de expressao. Neste momento estou a ler um livro que se chama "The White Tiger" (o que recomendo completamente, como leitura durante uma viagem por este sub-continente) e muitas das coisas que vejo aqui na India, agora fazem mais sentido. O que aprendi sobre os casamentos indianos e que na sua mais profunda essencia, se baseiam apenas em interesses economicos para as familias e como forma de garantir a subsistencia dos mais velhos e os seus interesses como familia, pois envolve muito dinheiro de oferta, de muita gente, mas tambem garante prosperidade.
Depois de jantar pedi que me levasse a casa pois estava muito cansado e no dia seguinte tinha de me levantar cedo para a aula de yoga.
Na manha seguinte, as 06h30 la estava eu no sitio combinado, a espera do Kooldip para ir fazer yoga com o guru de 103 anos. Esperei ate as 07h00 mas ninguem apareceu, por isso aluguei uma bicicleta e decidi ir ver os templos de Khajuraho pela manha, pois o calor a partir das 11h00 e insuportavel.
Templos de Khajuraho
Os templos de Khajuraho sao uma das principais atraccoes turisticas na India. Porque? Porque nesta pequena vila no meio do districto de Chhatarpur e onde se encontra o maior grupo de monumentos da era mediaval Hindu e Jain, famosos pelas suas esculturas eroticas, evocando o kamasutra. O nome kamasutra temples e o nome de giria que se usa hoje em dia, mas que fique claro que nao e o correcto.
Os templos foram construidos pela disnastia chandela, descendentes directos da deusa Lua, entre os seculos IX e XII.
Nao se sabe com certeza a origem da tematica sexual, mas existem varias teorias. Uma dessas teorias defende que a tranquilidade das expressoes das esculturas e as ritualizadas tecnicas sexuais, sugerem uma forma de controle e repressao de sentimentos de desejo sexual.
Outros dizem que o Bhoga (prazer carnal) e o Yoga (exercicio espiritual) sao ambos caminhos validos para transcender as maldades do mundo e alcancar a iluminacao. Outros dizem que as esculturas, sao como um manual "how to do it" do kamasutra para que os chandela mais jovens aprendam sobre a "arte" do sexo.
Contudo a teoria mais aceite hoje em dia, estabelece que como os templos nao tem esculturas eroticas no seu interior, quem visite os templos em questao, deveria libertar-se de desejo sexual antes de entrar no santuario, sendo portanto, um simbolo significando que esses sentimentos pertencem ao mundo exterior.
Dois pontos importantes sobre os templos de Khajuraho, que ajudam a entender melhor a questao erotica e as suas razoes. Primeiro, os templos foram construidos numa epoca em que os homens e mulheres se vestiam de forma parecida, nao tapando a parte do peito. O conceito de nudez mudou ao longo dos tempos, e como tal o seu significado.
Segundo, as pessoas dessa epoca nao viam o corpo humano como uma figura erotica como actualmente. O corpo humano era entao uma arte dos deuses, e como algo de indole divina, deveria ser motivo de adorno, suficientemente importante, como para decorar as paredes de um templo. O conceito do corpo como pecado, e nao como arte divina, surgiu muito mais tarde na sociedade.
Palavras para que, a arte e erotismo destes templos, deixam muita gente de boca aberta, nao so pela sua ousadia erotica mas tambem pelo detalhe e magnifico trabalho dos artistas... Apesar das imagens erocticas, existem muitos mais significados belicos do que sexuais.
Outros dizem que o Bhoga (prazer carnal) e o Yoga (exercicio espiritual) sao ambos caminhos validos para transcender as maldades do mundo e alcancar a iluminacao. Outros dizem que as esculturas, sao como um manual "how to do it" do kamasutra para que os chandela mais jovens aprendam sobre a "arte" do sexo.
Contudo a teoria mais aceite hoje em dia, estabelece que como os templos nao tem esculturas eroticas no seu interior, quem visite os templos em questao, deveria libertar-se de desejo sexual antes de entrar no santuario, sendo portanto, um simbolo significando que esses sentimentos pertencem ao mundo exterior.
Dois pontos importantes sobre os templos de Khajuraho, que ajudam a entender melhor a questao erotica e as suas razoes. Primeiro, os templos foram construidos numa epoca em que os homens e mulheres se vestiam de forma parecida, nao tapando a parte do peito. O conceito de nudez mudou ao longo dos tempos, e como tal o seu significado.
Segundo, as pessoas dessa epoca nao viam o corpo humano como uma figura erotica como actualmente. O corpo humano era entao uma arte dos deuses, e como algo de indole divina, deveria ser motivo de adorno, suficientemente importante, como para decorar as paredes de um templo. O conceito do corpo como pecado, e nao como arte divina, surgiu muito mais tarde na sociedade.
Palavras para que, a arte e erotismo destes templos, deixam muita gente de boca aberta, nao so pela sua ousadia erotica mas tambem pelo detalhe e magnifico trabalho dos artistas... Apesar das imagens erocticas, existem muitos mais significados belicos do que sexuais.
Bueno, ya me puse al día! Increíble!
ResponderExcluirCuentale a la gente donde vas mañana para que nadie se quede con el suspenso!! Muac!