A noite em Chiang Khong foi curta pois as 08h00 ja tinhamos de estar na recepcao para tomar o pequeno almoco. Na noite anterior, antes de nos dar as chaves do quarto, a mulher da recepcao pediu-nos os passaportes a todos os que iamos viajar no dia seguinte para o Laos (juntamente com 100 BTH - 2.5 eur), pois segundo ela "Tomolow in the molning thele is much people in the boldel, so bettel giviving me passport. At 07h30 me go thele and make exit for you. Me pay police" e assim foi. Eu nao estava nada convencido mas como fui o unico que me opus ao esquema, e afinal como dizia o proverbio "se nao podes vence-los junta-te a eles" la acabei por tambem dar o meu passaporte a gaja. As 09h30 estavamos todos (eramos cerca de 40 pessoas) a espera da mulher na recepcao e nem rasto dela pela redondeza, e obviamente estavamos claramente exaltados porque em teoria o barco que nos levaria a Luang Prabang partia as 10h00, nenhum de nos tinha o seu passaporte e nem sabiamos onde estava a mulher, estavamos sozinhos ali na Guest House. Finalmente por volta das 10h00 la aparece a gaja com os passaportes dentro de um saco de plastico, que para nosso espanto ainda nao tinha ido a fronteira carimbar as saidas. Ela la se subiu a sua scooter e partiu para nos fazer o "favor". Neste momento ja estavamos todos a desesperar. Passado uma boa meia hora (cerca das 10h30) la veio ela com os passaportes. Claro que lhe perguntamos pelo barco, mas ela respondeu que nao havia problema, tudo controlado, o barco so parte as 11h00. A primeira coisa que me passou pela cabeca foi que como tinhamos de cruzar o rio e passar o controle de passaportes em Laos, ja iriamos provavelmente perder o barco e tinhamnos de passar a noite na fronteira. Alem disso os bilhetes que tinhamos comprado nem ve-los, a mulher numa brutalidade quase nazi, respondia sempre de uma forma crua com poucas palavras e nao dava detalhes. Fiquei realmente surpreendido com a forma como os trataram, os Tailandeses sao muito simpaticos sempre, mas sao tambem uns ciganos do pior que vi na minha vida, sempre a tantar enfiar o barrete aos turistas. Aprendi que aqui so posso confiar em mim e na Lonely planet.
Visto on arrival em Laos feito sem problemas (36 USD), la entrei no slow boat por volta das 12h30 depois de trocar todos os bath's tailandeses por lao kip. A verdade e que para andar com dinheiro aqui em Laos e complicado pois a moeda deles nao vale praticamente nada e dao-te milhares e milhares de kips. Para que tenham uma ideia porque e que o Laos esta dentro da lista negra e e considerado um dos 20 paises mais pobres do mundo, aqui moedas nao existem, tudo sao notas. O seu dinheiro desvalorizou tanto ao longo dos anos que a nota mais pequena que eles tem e e de 1000 kip. 1 euro sao 11.500 kip's, portando se eu trocar 10 euros tenho no bolso 115.000 kip's. Com 100 euros ja tens mais de um milhao de kip's. Impossivel andar em Laos sem calculadora no bolso. Saimos de Huay Xai (cidade fronteirica de Laos com Tailandia) as 13h00 tinhamos pela frente 6 horas pelo rio Mekong abaixo.
O barco estava cheio, lotacao esgotada. a maioria tursitas. A viagem de slow foi uma das experiencias de viajante mais gratificantes que tive ate hoje. O barco anda a uma velocidade de mais ou menos 30 km/h o que permite apreciar as paisagens tranquilamente, alem disso e construido de uma forma artesanal apenas com madeira sem janelas, apenas com uma cobertura de tela que protege os passageiros do sol e da chuca. As vistas, uau, sao de cortar a respiracao. Pelo caminho passamos por aldeias perdidas na imensidao da floresta tropical e da vegetacao. Nesta viagem uma pessoa tem tempo para tudo, fazer amigos, apreciar a paisagem em silencio, dormir, ler, escrever, beber cerveja, jogar as cartas, tudo. Esta claro que ao fim de duas horas ja conhecia metade do barco. Alem disso ja tinha arranjado dois amigos viajantes "a solo" como eu para dividir quarto na noite que se avizinhava, um frances (Pierre) e um argentino (Luciano) e poupar uns kip's.
Paramos em Pakbeng ja era de noite. A viagem de slow boat tem uma paragem intermedia nesta vila para descansar uma noite tranquila, tomar uma banhoca e comer comida de gente. Com o frances e o o argentino la encontramos um quarto triplo numa guest house um pouco longe do porto, pois o instinto dizia que quanto mais nos afastasse-mos mais barato ficaria. Acertamos em cheio. O quarto custou 27.000 kip a cada um (2.3 eur). Aqui em Laos estao sempre a tentar vender opio e marijuana aos turistas, o que e uma contradicao gigante, ja que quem for apanhado com droga no bolso leva cerca de 10 anos na choldra, so por ter erva no bolso. A minha principal angustia era que algum dos meus companheiros de quarto fosse irresponsavel ao ponto de comprar droga e que sobrassem problemas para mim, por isso tente fazer lavagem cerebral a gente que conheci no barco explicando-lhes (com um pouco de exageracao para que tivessem medo) o quanto eram duras as leis aqui neste pais. Nenhum problema.
No dia seguinte a aventura de slow boat continuou de forma praticamente igual ao que tinhamos. vivido no dia anterior tinhamos pela frente cerca de 8 horas mais de viagem ate chegar a Luang Prabang. Quase a final da viagem o barco atracou numa vilazeca, para rebocar outro slow boat que tinha ficado sem motor. Foi algo um pouco surreal, pois um barco de madeira com quase 30 metros de comprimento, muito lento a fazer manobras, cheio de gente, amarrado lado a lado com cordas a um outro barco igual, vencendo a corrente do rio Mekong, e algo que nao se ve todos os dias. Chegamos a Luang Prabang ao por do sol.
WOW!! Esto cada vez se pone mejor!!
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