Halong Bay significa "lugar onde o dragao desce para o mar". Reza a lenda que um dragao gigante que vivia nas montanhas criou a paisagem desta baia (um dragao normal tem tamanho normal de dragao, este era mesmo gigante, por isso imaginem o tamanho do bicho). Certo dia o dragao decidiu dirigir-se para o mar e ha medida que se deslocava (pois um dragao gigante a andar pode fazer muitos estragos), o balanco da sua cauda esculpiu os vales, brechas e fissuras de Halong Bay. A medida que se movia as zonas escavadas pela sua cauda foram-se enchendo de agua, deixando a descuberto as partes mais altas do terreno, foi assim como se formaram as mais de 3.000 ilhas que existem aqui (e atencao que todas tem nome).
Com uma paisagem magnifica como esta, em que o contraste das rochas que saem abruptamente de um mar cor de jade, se contrapoe a calma dos pescadores e da vida tranquila que se leva por aqui, fez desta zona patrimonio da humanidade pela UNESCO.
O autocarro apanhou-me em Hanoi por volta das 08h00. A viagem de mini-bus foi muito desconfortavel (pois estes autocarros nao sao feitos para gajos do meu tamanho, nao e que seja muito grande, mas as minhas pernas nao cabem em qualquer sitio). Depois de 3,5 horas e 160 km de (quase) agonia la chegamos ao "harbour" onde embarcamos num tipico barco de madeira muito usado por estas bandas. Depois da distribuicao de quartos serviram-nos o almoco a bordo, tipo mini pestiscada, a comida nao era muita, mas a variedade era bastante e a qualidade excelente. O almoco deu para conhecer um pouco os companheiros de viagem. Depois de ja estarmos com a barriga cheia la zarpamos a descoberta deste lugar maravilhoso. As paisagens que se vem por aqui sao de uma pureza tal (e a natureza ja se vai encarregando de deixar participar o turismo nos quadros pintados nestas redondezas), que as aguias marinhas nos maravilham a vista com os seus voos picados para apanhar algum que outro peixe que nada a superficie e os pescadores tranquilamente retiram as suas redes da agua. Uma vez mais durante esta viagem pela Asia completamente boquiaberto.
Ja afogados em tamanha beleza, desembarcamos do barco para fazer caiaque. Com os remos nas maos pude aproximar-me um pouco mais as "floating villages" onde vivem os pescadores. Estas casas flutuantes sao o lar onde vive a maior parte (a que ainda nao se rendeu incondicionalmente ao turismo) das familias locais. Ha muita gente, principalmente mais velhotes, que nunca saiu daqui. Alguns nascem, vivem e morrem sem nunca ter descido a civilizacao. Aqui e como se o tempo tivesse parado e nao se precise de nada mais do que aquilo que nao se tem a mao. Durante a tarde pudemos visitar tambem a "Grotte des Merveilles", uma gigantesca caverna com tres galerias assustadoras pelo seu tamanho que se acede subindo umas largas dezenas de degraus, mas que permitem umas fotos espectaculares sobre a baia.
A embarcacao onde nos instalamos nao era completamente novinha em folha como nos tinham dito na agencia, mas era bastante comodo e limpo e a mim tocou-me um quarto deluxe, tal como tinha reservado. A melhor comparacao que posso fazer para descrever o barco e um iate de madeira, ao estilo dos anos 50. Com dois deques de camarotes com suite, um salao de jantar a meio navio e um conves onde haviam umas esteiras de madeira com colchao fofinho, faziam a combinacao perfeita para passar um fim de tarde maravilhoso a apanhar sol e nadar em Halong Bay.
Tinham-me falado que uma das coisas que nao deveria perder era o nascer do sol em Halong Bay. Na manha seguinte acordei as 06h00 com intencao de nao perder tal espetaculo, mas o dia amanheceu com uma nevoa que nao me deixava apreciar o momento. Alem disso a altura das rochas nao me permitiu apreciar a primeira luz do sol, nao sendo por isso o que estava a espera. Mesmo assim foi um momento bonito, ainda por cima porque decidi aproveitar os cerca de 8 metros que havia desde o conves ate a agua para libertar alguma adrenalina e fazer uns saltos para o mar rompendo a tranquilidade da manha e expulsando o sono.
O segundo dia tambem foi cheio de actividades. Depois de umas duas horas de navegacao pelos confins da baia, chegamos a Cat Ba Island (ilha das mulheres), onde por umas horas iriamos trocar o mar pela terra. Esta ilha tem este nome pois durante a invasao dos mil anos da china sobre o vietnam, era necessaria toda a forca masculina que se pudesse encontrar pelo pais. Desta forma esta ilha ficou literalmente habitada apenas por mulheres e criancas. Dizem que a ilha e muito parecida com as ilhas da costa rica usadas no filme Jurassic Park.
Nesta ilha tinhamos a opcao de escolher entre fazer trekking e bicicleta. Eu escolhi bicicleta, pois pela tarde ja tinha planificado um trekking numa outra ilha. Apesar de ser em caminho asfaltado a volta de bicicleta valeu bem a pena, pelas vistas e porque pude visitar o "Hospital Cave". Este hospital era um esconderijo secreto a prova de bombardeamento aereo, construido pelos Viet Congs com ajuda das forcas chinesas. Com capacidade para 200 pessoas, neste hospital era onde os oficiais do exercito norte-vietnamita eram tratados. Quem por aqui passa nem se da conta da magnitude deste colosso de engenharia. Demorou 3 anos a ser contruido e o que fizeram foi construir uma mega estrutura (com tuneis quartos e ate pontos secretos que ainda hoje nao estao abertos ao publico) ao bom estilo dos bunkers de Berlim, dentro de uma imensa caverna.
O accesso ao hospital nao e comunicado por uma estrada onde possam acceder ambulancias, mas sim por um caminho de cabras, onde me imagino os soldados transportante com destreza as macas com os pacientes. Alem disso a entrada esta bem camuflada pela vegetacao e accede-se ao hospital por uma minuscula porta de aco macico. Deveras recomendavel.
Depois desta paragem apanhamos um pequeno barco a motor que nos levou a famosa Monkey Island onde iriamos passar o resto do dia e tambem pernoitar. Monkey Island e um resort privado com bungalows escondidos no meio da vegetacao, agua cristalina, palmeiras, areia branca com vestigios de corais ja extinguidos por estas zonas e claro esta uma grande populacao de macacos. O bungalow era de bamboo com telhado de folhas, muito ao estilo tropical. mesmo no encalce da areia, de onde se podiam escutar as ondas do mar batendo levemente. Depois de almoco relaxei os ossos na praia onde passei pelas brasas.
Ao fim da tarde fizemos uma caminhada pela zona sul da ilha, que e por onde andam os macacos, e pudemos dar-lhes amendoins. Tinham-nos dito que com os macacos temos de ter cuidado com alguns comportamentos, nomeadamente nao andar com comida e bebida nas maos e tentar nao sorrir, pois para eles mostrar os dentes e sinal de "queres andar a porrada" e podem-se virar contra nos. Durante o contacto com os macaquinhos algum que outro queria-se mandar ao bife, mas o guia fazia um Uh! Uh! Uh! Uh! grave e eles iam-se embora. Uma rapariga, coitada que ia com a garrafa de agua a abanar nas maos, levou uma dentada de um macaco no fundo do gargalo desperdicando agua para todos os lados. Dormi embalado pelas ondas do mar, bem ao estilo Robinson Crusue.
No dia seguinte despedi-me de Halong Bay e fiz o meu caminho de volta para Hanoi onde cheguei ao fim da tarde.
WOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOW!!!
ResponderExcluirMe encantó lo del dragón, ya me conoces :P
Sobre todo las aclaraciones sobre el tamaño del bicho, jejeje!!
Impresionante, cada vez más bonito!