13 de abr. de 2011

Dia 6 a Dia 8 - Karen tribe villages - Tailandia

Trekking dia I
As 07h30 da manha ja estava o Joshua, o nosso guia de trekking e tambem nativo da tribo Karen a bater a porta do quarto para me acordar. Ja tinhamos tido uma pequena reuniao na noite anterior para conhecer os companheiros da caminhada (Eu portugues, 4 ingleses, 1 francesa, 1 canadiense, 2 suecas) mas tambem para dizer que coisas levar para o trekking. Separei 2 T-shirts, duas mudas de roupa interior, calcao de banho, chinelos, toalha, calcas, sweat-shirt, canivete, estojo de higiene, agua e repelente, para alem das botas de caminhada e algum dinheiro para comprar agua pelo caminho. Saimos do hotel por volta das 09h00 metidos num jipe de caixa aberta e andamos cerca de uma hora ate um pequeno mercado onde eles deixam os turistas durante 40 min para que comprem coisas "que possam necessitar para o trekking", desde chapeus, agua, canivetes, repelente, comida, etc. Eu nao comprei nada, mas pude conhecer um pouco melhor os meus companheiros pois estivemos bastante tempo ali a seca. Finalmente apos outra hora de carro chegamos ao ponto de partida da caminhada.

O nosso guia Joshua
Formigas vermelhas

Era o final da manha quando comecamos a andar, estava um calor insopurtavel. Caminhamos sempre no vale junto ao rio. A primeira impressao que tive foi de que era uma actividade virada para turistas, sem grande dificuldade. Alem disso a paisagem que vimos no inicio era bastante comum. Nao se podem imaginar a quantidade de insectos que havia no ar, junto ao rio. De vez em quando la levava com um mosquito ou um besouro na testa, mas nenhum me picou ate agora. Depois de uma hora a andar chegamos a primeira aldeia (se e que se pode chamar aldeia a isso) onde haviam duas ou tres cabanas feitas de madeira e bamboo e onde claramente vivia alguma familia de agricultores sem agua nem electricidade. Comemos ali arroz com ovo mexido e vegetais. Espectacular. Exloramos um pouco a zona antes de partir novamente. Haviam muitas galinhas a solta a nossa volta com os seus filhotes sempre atras delas. Pusemos as mochilas as costas e la partimos para caminhar cerca de 4 horas ate chegar ao local onde iriamos prenoitar. Durante o caminho vimos varios tipos de vegetacao tipica da floresta Tailandesa, desde zonas com bamboo, arvores de manga, bananeira, campos de arroz secos porque a epoca das chuvas so comeca em maio. A parte final da caminhada foi um pouco dura pois tivemos de subir toda a colina de um monte, por caminhos quase por desbravar onde as plantas nos tapavam a vista.

Pantano
Aldeia

Chegamos finalmente a uma aldeia da tribo Karen, onde iriamos passar a noite. Tudo era absolutamente surreal. A comecar pelas mulheres da tribo que se vestiam todas nos mesmos tons de cores garridas, desde o violeta ate ao azul. Todas elas usavam um lenco na cabeca que parecia uma toalha. Toda a roupa que usavam era feita por eles. Na aldeia podia apreciar-se vacas, porcos pretos e galinhas a solta por todos os lados. As cabanas eram feitas de madeira (a estructura) e bamboo (paredes e chao) com telhados de folhas secas enrolados de uma forma muito interessante atraves de um esqueleto de pequenos paus de bamboo. Alem disso a base da barraca estava a cerca de dois metros do chao, imagino que por causa das chuvas e animais. Nao me imagino ate agora sitio mais tranquilo para viver. Esta gente viva basicamente do que produz, nao tendo producao de agricultura para vender. A base da comida e o arroz, depois tem hortas com vegetais e fruta e claro a criacao de vacas, porcos e galinhas e todos os productos derivados. Se bem que estando na rota turistica tambem vao fazendo algum dinheiro com a venda de agua e cerveja aos turistas, mas acho que isso e mais negocio das agencias que organizam o trekking do que deles. Instalamos as nossas coisas na barraca, iriamos dormir todos a molhada num mesmo espaco. Colchao nem falar. Cada um tinha a sua disposicao uma mosquiteira que era dividida por duas pessoas, um cobertor, uma almofada e um saco de cama bem mais velho do que eu.

Depois do nosso guia nos indicar as instalacoes: a barraca do duche - onde a agua vem por gravidade directamente do rio, e a casa de banho - a qual el chamava happy room, uma latrina escavada no chao com um balde cheio de agua ao lado e um saco de plastico para meter os papeis sujos e outros lixos, cada um tomou o seu duche, ou serviu-se "in a happy way" da casa de banho. Entretanto dei uma volta pela aldeia e acabei ajudando uma senhora (Tu era o seu nome) a cortar lenha para a fogueira e ajudar um homem da tribo (Da era o seu nome) a cortar vegetais para o jantar. Foi muito interactivo. Por essa altura ja eramos todos amigos uns dos outros. O jantar foi chily com arroz. Esta comida e cozinhada num wok (como amioria da comida na asia). Era uma mistura de vegetais, desde cebola, rebentos de soja, cenoura, couve lombarda com galinha e um pouco de especiaria, tudo cozinhado sobre lenha. Foi muito bonito sentar ali e ver o nosso guia a cozinhar enquanto sempre de uma forma engracada nos falava de coisas comuns ou nos explicava alguma questao. Depois de jantar juntamo-nos a volta da fogueira a conversar e o Joshua (o nosso guia) explicava-nos coisas do modo de vida dos Karen enquanto fumava tabaco enrolado em folha de bananeira. Entretanto aparece um rapaz da tribo filho da Tu (Chicken Man como se auto denominava) com a sua guitarra. Entre ele e eu fizemos a festa durante a noite toda tocando guitarra e cantando a volta da fogueira ate que nos deixamos levar pelo cansaco e fomos dormir. Foi uma noite tranquila, embalada pela sinfonia dos insectos e animais selvagens.

Nativo fumando tabaco enrrolado em folha de bananeira
Nativa da tribo Karen
Mulher da tribo Karen cortando lenha
Karen Village. Primero acampamento do trekking
Barraca onde passamos a noite

Trekking dia II

Eu acordei bem cedo, nao sei bem que horas eram, pois nao tinha nem relogio nem telemovel, mas sei que os locals da tribo ja andavam todos de um lado para o outro fazendo a sua vida. Lavei os dentes e dei uma volta pela aldeia, mas como ainda nao se tinha levantado ninguem voltei para a barraca e descansei um pouco mais. Depois de toda a gente ja estar a pe, tomamos o pequeno almoco (pao com margarina e doce, ovo cozido, melancia e cafe) e partimos de novo. A primeira etapa da caminhada durou cerca de 3 horas e foi a mais dura de todo o circuito. Fizemos uma paragem no meio dos campos de arroz, e subimos mil e uma colinas para chegar ao local onde iriamos almocar, com uma explendida vista para os arrozais. No caminho novamente vimos paisagens espectaculares que sao dificeis de descrever com palavras. Almocamos noodles com vegetais, que era bsicamente esparguete com couve e uma aguadilha bem saborosa cheia de condimentos. O picante era alternativo e so o punha quem queria. Nesta paragem estive meia hora a dizer que "kap kum kap" a uma velhota que me queria vender umas bolsas de tecido feitas por ela, ela era extremamente simpatica e tambem extremamente chata.

Selva

Terminei nao comprando nada porque souvenirs so mesmo no final da viagem, quanto mais compre agora, mais tralha tenho que acartar as costas. Continuamos a caminhada, mas a parte da tarde foi bem mais suave. Foi tambem a unica parte do trekking onde apanhamos chuva e vimos mais civilizacao. Novamente nao posso descrever por palavras a paisagem que me deslumbrou, pois a caminhada e disso mesmo que trata, caminhar e apreciar a natureza. Passamos por diversas aldeias, onde pudemos ver o processo de separacao do grao de arroz. Finalmente chegamos a uma pequena aldeia situada ao lado de um rio, onde havia uma pequena cascata. Como havia rio, nada de barraca de duche. Toda a gente a tomar banho na cascata (com calcao de banho esta claro). Novamente juntamo-nos todos a mesa para jantar um guisado de galinha com vegetais (bem picante) e uma especie de abobora com tofu, tudo acompanhado claro esta com arroz. Depois de jantar um dos locals quis ensinar-nos um jogo "Black Magic Game". O jogo consistia no seguinte. 10 pessoas (o nosso grupo e ele), 9 colheres sobre a mesa, e um baralho de cartas. Cada um tem 4 cartas e vao-se passando as cartas que nao se quer para o companheiro do lado ate que alguem consiga reunir as 4 cartas iguais e tire uma colher da mesa. Os outros tem tambem de conseguir agarrar uma colher, mas como ha menos colheres que pessoas, o que nao consegue agarrar a colher perde e leva com a Black Magic. A Black Magic era um dedo do homem da tribo passado pela parte de baixo da panela, que estava preta por causa da fogueira, e depois esfregado em jeito de tatoo tribal na cara de quem perde. Esta claro que no final todos tinhamos sofrido black magic e estavamos todos com a cara cheia de carvao. Acabamos por fazer uma fogueira ao lado do rio e passamos a noite toda a conversar ate que nao havia mais resistentes. Cada um tinha a sua cabana. a mosquiteira e saco de cama.

Dormi a noite mais tranquila da viagem, ate agora. Acrodei com a mochila cheia de formigas e com cagada de rato por toda a tenda (nao sei se ja la estava ou se foi durante a noite) mas o que e certo e que nestas cabanas o contacto com a natureza e muito mais profundo e intenso.


Trekking dia III
Esta manha acordei com o Joshua a chamar-me, eram 08h00. Tomamos o pequeno almoco e partimos para o dia mais relaxante de toda a caminhada. Fizemos um percuros muito interessante, com muitas paisagens de cortar a respiracao. A meio caminho paramos numa aldeia onde havia uma cascata muito bonita e nadamos durante uns 15 minutos so mesmo para refrescar. A caminhada terminou cerca de uma meia hora depois, onde nos esperava uma carrinha de caixa aberta.

Outra Karen Village

Panoramica davegetacao da zona norte-Tailandesa

Quando chegamos o nosso guia disse-nos para guardar tudo dentro de um saco plastico se nao queriamos arruinar tudo com a agua. Explicou-nos que nas celebracoes do ano novo na Tailandia (de 13 a 15 de abril) as pessoas festejam de uma forma peculiar, lancando agua umas nas outras, nem sabiamos nos o que nos esperva. Depois de almoco num restaurante e um delicioso Pad Thai, entramos na carrinha de caixa aberta. Pelo caminho levamos literalmente com baldes de agua morna, agua gelada, mangueiras, bisnagas, foi o meu primeiro contacto com o Songkran. Chegamos ao bamboo rafting completamente encharcado, ninguem escapou. Quando digo encharcado e na verdadeira acepcao da palavra.

O bamboo rafting foi muito divertido. Eles fazem umas jangadas com 10 paus de bamboo com uns 20 cm de diametro cada um, na qual entram 3 pessoas mais o "conductor", mulheres no meio e homens a frente e atras e rio abaixo com eles. Durante uma hora tentamos como podemos guiar a jangada pelo percurso do rio com ajuda de uma cana de bamboo. As vezes ha zonas mais complicadas com pequenos rapidos que dificultam a manobra. Durante o percurso passamos por muita gente que estava a beira rio fazendo os seus piqueniques, e claro nos molhava pois se celebra o Songkran. Uma curiosidade engracada nesta cultura e que os homens banham-se no rio com as camisolas postas, acho que a gente aqui e muito podurosa em relacao ao corpo.

Terminado o rafting, fomos levados ate ao ponto onde iniciamos o "elephant riding". Andar de elefante foi uma experiencia engracada, apesar de ser tambem uma actividade completamente de indole turistica. O elefante que me calhou era uma femea com cerca de 30 anos. Foi muito engracado, lembrei-me do dia em que andamos (eu e a Nice) de camelo pelo Sahara em Marrocos. Esqueci-me de colocar repelente por isso terminei chacinado pelos mosquitos. De vez em quando o elefante atirava-me com cuspidelas pela tromba como fungar mas ao contrario e enchia-me de baba. As orelhas sao como duas placas de plastico e estao sempre a bater-me nas pernas.
Bamboo Rafting
Elephant Rider

De volta ao hotel ja eramos 13 pessoas na carrinha de caixa aberta (juntaram-se 4 turistas mais). a viagem foi a coisa mais surreal que vi ate agora, eram ataques de agua uns atras dos outros, ninguem escapou ao banho. Durante uma hora a carrinha e os seus ocupantes terminamos loucos de tanto rir e ver o espectaculo. Esta gente diverte-se com pouco, mas diverte-se com uma intensidade inimaginavel. Nao sei se voces conseguem ter percepcao do que e toda a gente a tentar molhar toda a gente. Eles nao se importam de vais de fato, ou se estas a falar ao telemovel, ou se tens a tua Nikon XPTO e estas a tirar uma foto, nestes tres dias eles molham tudo e todos, seja o velhote que vai de bicicleta com as suas couves numa cesta, ou aquele que vai para o emprego e precisa estar seco. Muita gente por aqui anda com ponchos ou impremeaveis. No proximo post vou falar-vos dos 3 dias que vou passar em Chiang Mai para as celebracoes do Songkran.

2 comentários:

  1. YEEEEEEEEEY!!! ADOREI!!!!! Wish I was there!!
    Impresionante, baby!! Keep it comin'!!

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  2. Fiquei ROXA de vontade de estar aí e fazer a caminhada contigo. Adorei!

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